No começo foram as promessas a ficar no tinteiro, porque a situação, afinal, era pior. Os impostos foram aumentados, a saúde começou a complicar-se, a educação entrou em rota de colisão com os educadores e com os educandos, a ciência e a tecnologia fecharam-se nos lobies habituais, alguns deles a passar pela cama do ministro...
Depois foi a licenciatura do Sócrates: uma verdadeira ofensa para dezenas de milhares de homens e mulheres que tiveram de fazer enormes sacrifícios para dar possibilidades aos filhos para estudarem e estes para acabarem os cursos, a trabalhar de dia - no duro - e a estudar à noite.
Esta, da licenciatura, matou politicamente o jovem Sócrates que , ao contrário do que seria aconselhável, carregou a nota da arrogância e da prepotência, fazendo queixa crime contra quem tinha denunciado a alegada trafulhice do seu diploma.
Agora é o ministro da saúde a despedir a directora da saúde de Vieira do Mindo, uma terra onde, segundo me recordo, no tempo da outra senhora mandavam os padres , tendo um deles corrido à pedrada um dos bibliotecários da Gulbenkian (daquele bendito programa das bibliotecas itinerantes).
Depois, temos o ministro da solidariedade e do trabalho e de não sei mais o quê, que, a princípio , parecia ser uma pessoa em quem confiar.
Sem falar no desastre do código do trabalho, da baralhada que vai ser porque nem patrões nem empregados vão apreciar as alterações e a economia portuguesa vai ficar ainda pior, repleta de conflitos insolúveis, temos as coisas concretas que ele governa, ou antes as instituições que estão sob a sua tutela.
A Santa Casa da Misericórdia é um peso morto. O Rui Cunha chega tarde e sai cedo, não faz nada e ao que parece também não sai de cima.
A Casa Pia é gerida por uma militante socialista, chamada Joaquina Madeira, que tem no gabinete uma colecção de galinhas às quais uma empregada tem - todos os dias - que dar milho.
O PS e Vieira da Silva prometeram remodelar, transformar a Casa Pia , mas o que está a acontecer é que se preparam para a fechar.
Começaram por nomear a senhora da galinhas para provedora, depois o Jorge Lemos, ex-PCP, com gostos especiais, porque depois do almoço aparece sempre com uns olhos esquisitos, foi nomeado director do principal colégio da instituição, o Pina Manique, por detrás do Mosteiro dos Jerónimos.
Sabe pouco, exerce durante pouco tempo e costuma explicar porque é que o director não pode ser eleito e tem que ser nomeado.
Ete ano a Casa Pia acabou com o segundo ciclo - um primeiro passo para o nascimento de um projecto de especulação imobiliária em Belém e em todas as outras zonas onde a Casa Pia tem colégios.
Aproveitaram a questão da pedofilia para destruir a única instituição, que, do ponto de vista da formação profissional, produzia resultados positivos. Deram milhões a uma comissão de avaliação, à frente da qual estava o engº Roberto Carneiro, que tem a habilidade para ganhar dinheiro de todas as maneiras e feitios e onde estava, igualmente, o dr. Daniel Sampaio, irmão de Jorge Sampaio, para o qual, ainda há pouco tempo os pais eram os responáveis por todos os males que as criancinhas faziam e agora já defende a necessidade de maior autoridade nas escolas e na família.
Esta e outra gente comportaram-se com uma comissão liquidatária da Casa Pia e o ministro foi aprovando, aprovando, asim como aprova tudo da Santa Casa.
Esperemos que saiba que muito do património da Casa Pia foi doado em testamento por gente que apreciava os objectivos para que foi criada a Casa Pia e não permita, por exemplo, que algumas das quintas existentes por essa via vão parar às mãos de alguns dos liquidatários.
Espero que o ministro saiba que, por exemplo, os herdeiros dos doadores da Quinta de Colares, dado o desevolvimento da situação na instituição estão dispostos a reclamar a sua devolução, o mesmo acontecendo com os proprietário do Arrife, cuja doação tinha como objectivo a criação de uma Escola Agrícola.
Agora, a Casa Pia vai dispensar não sei quantos professores e a dona das galinhas resolveu promover uma campanha de marketing, oferendo medalhas aos que têm mais de 25 anos de trabalho na instituição. Tanto quanto julgo saber, os laureados gostariam de meter as medalhas em sítios esquisitos, mas não querem correr o risco de, também o ministro Vieira da Silva, com aquele ar de homem sério, lhes mover um processo disciplinar e correr com eles para os bancos do jardim onde é cada vez mais difícil encontrar um lugar para jogar a sueca.
Cansei!!!
Cansei de saber que há gente nos hospitais angustiada porque, depois de hospitalizada um certo número de dias, tem que pagar o internamento - contas que, às vezes, chegam a assustar. Imaginem um idoso (velho mesmo) reformado, com uma pensão de miséria, com uma conta de hospital de três mil euros na mão, com um funcinário à perna a dizer-lhe que tem que pagar.
Cansei!!!
Não foi para isto que votei e estou a adivinhar uma ditadura do medo, que também me assuta porque também eu vou caminhando para idoso (velho mesmo!!!)
É preciso acabar com isto. Esta democracia já não serve as pessoas de bem, já não serve o povo. É preciso passar a palavra e começarmos a organizar grupos de cidadãos dispostos a contestar este poder sem legitimidade porque os seus representantes foram eleitos para cumprirem um programa que adulteraram profundamente.
É preciso acabar com o sistema. Não basta que este governo caia, porque , a seguir, virá outro ainda pior, com piores homens e mulheres.
Este governo já não representa os portugueses. E outros, eleitos no mesmo sistema, também não o representarão.
Cansei de ouvir mentiras, prosápias, discursos ocos feitos em tom grandiloquente. Cansei de ser sujeito a leis feitas por gente que nunca trabalhou, que começou nos bancos da escola a fazer política e nas fotocopiadoras dos partidos a delinear carreiras de chefes de gabinte, secretários de estado, ministros e - quiçá! - primeiros-ministros.!
Estou cansado, PORRA!!!!
1 comentário:
Concordo com tudo o que escreveu.
Principalmente, no que diz respeito a Casa Pia de Lisboa.
A História ainda fará justiça.
Estes incompetentes que lá colocaram são do piorio.
Estão a "matar" uma GRANDE INSTITUIÇÃO que o nosso país tanto precisa.
Tornem publico os dinheiros gastos por esta quadrilha.
EX: contratação de dois educadores a uma entidade, que é propriedade de um amigo, com um custo mensal de 5.000 euros, dos quais 2.000 euros são os vencimentos dos ditos educadores, sobrando 3.000 euros que vão direitinhos para a algibeira do amigo, que por sua vez, vai dando uns presentes. Pergunto?
3.000 euros são 600 contos (lembram-se?), será que ainda toca alguma coisa para a ração das pobres galinhas?
Mais.
Como é que se vai confiar num dirigente, que vai avaliar um grupo relevante de funcionários publicos, quando entrou pela porta do cavalo (cartão partidàrio e/ou amizades), não prestando qualquer prova das sua competências e desconhecendo a realidade da (des)instituição? Só poderá ser pelo "grão". Desculpem.... então e as galinhas?
Pensando melhor o meu prato preferido é o tradicional, e tipicamente português, "galo ao vinho".
António de Pedragal
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