segunda-feira, dezembro 05, 2005

FORMITROL,FORMITROL, FORMITROL

Para o mal cujo motivo está na chuva frio ou Sol, qual o melhor preventivo?
Formitrol, formitrol, formitrol. Não sei, confesso, se o formitrol era ou não do caraças, mas era o pub do meu tempo de menino. No meu tempo de menino o sr. Alfredo dava o relato do jogo da bola às sete e cinco. O que dava tempo ao meu pai de me arrastar até ao eléctrico, me despejar nos Restauradores, me arrastar até ao Leão D'Ouro, mastigar umas ameijoas e provar a cerveja.
A subir o Chiado já se podia comprar a segunda edição dos vespertinos, que traziam os resultados da bola.
Algumas vezes escutavamos envecidos o relato do jogo que tinhamos vistos à tarde. O resumo da primeira e o relato da segunda parte, por Alfredo Quádrios Raposo! Havia outro: Domingos Lança Moreira, no RCP. Mas era menos frequente e talvez fosse menos trapalhão e, talvez por isso, tivesse menos audiência!
O meu pai umas vezes gostava do senhor Alfredo, outras não gostava, dependia do árbitro. Eu gostava mais de ir às Salésias, porque à saída ia-se aos pasteis de Belém.
Hoje fui à SIC e foi como ir à merda. Ia ver um poeta e um economista e queriam que eu passasse horas a ver a merda a que eles chamam publicidade. Os patetas dos candidatos discutiram tudo menos o lado feio: serem vendidos como mercadoria de consumo semestral.
Prefira o candidato das gravatas luzidias; escolha o das botas grossas. Encafuaram os candidatos no meio da pub e tiveram o cuidado de mostrar que o importante era a pub. É para isso que serve a TV, para promover os laxativos, quaisquer que sejam. O Estado podia fingir que leva isto das eleições a sério. Talvez nem valha a pena. Deu para ver que o poeta é um fingidor e que um economista não sabe sonhar.
É uma pena o senhor Alfredo não ser candidato e o senhor Domingos não ser poeta!

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