Talvez não fosse conveniente. Mas isto dos jornais pespegarem em letra de forma que a Polícia sabe quem foram os assaltantes que mataram um chefe da PSP, onde é que se refugiaram, que uma câmara os captou, que devem estar algures aqui ou acolá, devem ter origem em informações prestadas por quem, se calhar, não devia prestar e que provavelmente não presta para estar onde está.
Também é estranho que preste para alguma coisa alguém que achou por bem dispensar da cadeia alguém que estava a ser procurado pelas autoridades espanholas. O felizardo aproveitou a mercê para um pequeno assalto à mão bem armada, com o resultado deplorável que se conhece! Há semanas haviam sido dois assassinos, já condenados, que foram libertados à pressa, para não incomodar os criminosos, que não têm culpa da lei ser lei e os juizos lentos e, pelos vistos, irresponsabilizáveis.
Dantes, quando isto era mais arrumado, o início da investigação assentava no primado: a quem aproveita o crime? Logo que se percebia, até o aproveitador percebia que estava lixado. Nos dias de hoje as coisas são aparentemente diferentes: quem não aproveita é parvo. A sociedade evoluiu: cada vez há mais crimes e menos parvos. A Justiça parece ter aderido à solução capitalista: despedir para reinar. Despedem-se os presos e desse modo diminui-se a despesa e aumenta-se a receita. É o princípio activo do nada se perde, tudo se transforma. No fim de contas talvez a Casa Pia, com o rumo que as coisas levam, acabe por transformar-se num moderno e inovador Instituro de Iniciação Sexual...
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