Hoje , logo pela manhã, a Rua 48 entrou em alvoroço. Uma verdadeira confusão , daquelas que a rua já não presenciava desde o último Verão, quando por lá passou aquele senhor que parece uma senhora e foi grande vedeta numa das televisões cá da terra e é muito vista na Rua 48.
Tal como para ver o senhor/a a descer do carro, todo vermelho e ele com um lenço de seda branca, a passar as mãos pelo cabelo e, ao mesmo tempo, a dizer adeus a uma senhora velhinha que parecia escondida no fundo da viatura... tal como naquele dia glorioso, hoje também as vizinhas, logo pela manhã, pucharam as cortinas para o lado e puseram-se, descaradamente à janela.
A D. Ernestina, ainda sem os dentes e completamente desgrenhada, exibia um roupão às flores, com papagaios pendurados em algumas delas. Estava perfeitamente boqueaberta e fazia sinais para a vizinha da frente, a D. Rosa, junto de quem já estava o sr. Seabra, ainda com meia cara ensaboada e com a gilette na mão.
A D. Ernestina, ainda sem os dentes e completamente desgrenhada, exibia um roupão às flores, com papagaios pendurados em algumas delas. Estava perfeitamente boqueaberta e fazia sinais para a vizinha da frente, a D. Rosa, junto de quem já estava o sr. Seabra, ainda com meia cara ensaboada e com a gilette na mão.
O sr. Seabra foi obrigado a voltar para a casa de banho, porque a sua esposa, é verdade que queria saber exactamente o que se passava e ainda não tinha entendido a gesticulação da janela da frente, mas já o tinha avisado que andava com prisão de ventre e não queria ninguém ao pé dela nas próximas horas.
E mesmo aquele cavalheiro, sempre impecavelmente vestido e que, ao fim da tarde, quando regressa a casa, traz um saco de plástico daqueles de marcas sonantes, mas cheio das compras da mercearia do princípio da rua, se quedou com um ar interrogador dirigido a toda a gente, parada na Rua 48. Havia, de resto, já um enorme engarrafamento, com buzinas à mistura.
No meio da confusão havia gente que aproveitava para insultar as mãezinhas dos da frente. De repente, saltou de um Corsa um homem com ar patibular e correu para um outro Corsa, mais à frente e começou a berrar com o condutor. Tratava-se de uma cobrança antiga...eles ainda falavam em vinte contos e, pelos vistos, de um tempo em que era dinheiro.
Nem isso desviou a atenção do principal acontecimento desta manhã: a loira da Rua 48 interrogava toda a gente sobre o paradeiro do seu automóvel.
- "Claro, seu imprestável" ... dizia ela ao vizinho do 1º esqº "... o carro devia estar aqui...aqui, junto à minha porta...e tinha lá dentro um chapéu de chuva que me vai fazer imeeensaa falta..."
- "mas..." respondia o sr. Inácio, verdadeiramente aturdido.
Em seu socorro veio a médica do rés do chão: "... a sra. deve estar doente...o melhor...."
- " o melhor o quê, sua atrasada mental, eu quero saber onde está o meu carro..."
???????????
- "... esperem lá, mas eu não tenho carro,o que eu tenho é de ir apanhar o autocarro... O que é que esta gente toda está aqui a fazer? São doidos ou quê?
Nesse entretanto, chegou a polícia por causa do engarrafamento e aproveitou para prender os dos dois "corsas", que já andavam à galheta por causa de dívidas antigas.
A loira da Rua 48 foi protestando:
"- está a ver, senhor guarda, este povo vai impedir-me de apanhar o autocarro a horas... que horror! está cada vez pior , esta rua..."
E mesmo aquele cavalheiro, sempre impecavelmente vestido e que, ao fim da tarde, quando regressa a casa, traz um saco de plástico daqueles de marcas sonantes, mas cheio das compras da mercearia do princípio da rua, se quedou com um ar interrogador dirigido a toda a gente, parada na Rua 48. Havia, de resto, já um enorme engarrafamento, com buzinas à mistura.
No meio da confusão havia gente que aproveitava para insultar as mãezinhas dos da frente. De repente, saltou de um Corsa um homem com ar patibular e correu para um outro Corsa, mais à frente e começou a berrar com o condutor. Tratava-se de uma cobrança antiga...eles ainda falavam em vinte contos e, pelos vistos, de um tempo em que era dinheiro.
Nem isso desviou a atenção do principal acontecimento desta manhã: a loira da Rua 48 interrogava toda a gente sobre o paradeiro do seu automóvel.
- "Claro, seu imprestável" ... dizia ela ao vizinho do 1º esqº "... o carro devia estar aqui...aqui, junto à minha porta...e tinha lá dentro um chapéu de chuva que me vai fazer imeeensaa falta..."
- "mas..." respondia o sr. Inácio, verdadeiramente aturdido.
Em seu socorro veio a médica do rés do chão: "... a sra. deve estar doente...o melhor...."
- " o melhor o quê, sua atrasada mental, eu quero saber onde está o meu carro..."
???????????
- "... esperem lá, mas eu não tenho carro,o que eu tenho é de ir apanhar o autocarro... O que é que esta gente toda está aqui a fazer? São doidos ou quê?
Nesse entretanto, chegou a polícia por causa do engarrafamento e aproveitou para prender os dos dois "corsas", que já andavam à galheta por causa de dívidas antigas.
A loira da Rua 48 foi protestando:
"- está a ver, senhor guarda, este povo vai impedir-me de apanhar o autocarro a horas... que horror! está cada vez pior , esta rua..."
1 comentário:
Esta loira é a maior, hahahahahahhahaha!!!
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