sábado, novembro 26, 2005

ONDE ESTAR...

... Se o futuro nunca começa onde o passado nem sempre acaba, onde se situar o presente? É um dilema pior que o su doku ou melhor, sei lá. Alegre é um amigo, disse Soares, não há muito. Diria, depois, Soares que Alegre é triste. Alegre não disse de Sócrates mas disse que Sócrates. Sócrates não tem dito que não disse mas tem deixado entender que não disse. O «Público»
disse o que o «DN» não disse, mas vice-versa.
É fácil. Basta entender ao contrário ou, pior ainda, entender às avessas. Melhor é fingir que não se entende o que deveras não se entende, porque o poeta explicou isto melhor justamente porque era poeta. A gaita é que o poeta é um fingidor.
Que fazer? Não fazer? Deixar fazer! Nunca, sobretudo nunca deixar, mesmo que façam. Cuspir!
Isso sim, cuspir, salivar, se o ambiente for mais elevado. E ter fé. Muita fé. Fé no que há-de vir. Fé que acabe, que termine a fé dos outros. Todos. E todos nunca serão demais. Que se lixem os próximos e os quase próximos e de preferência os longínquos!
Corram a ajudar o que não precisa de ajuda e ajudem-no à força e façam-no engolir a verdade. Porque só as verdades devem ser engolidas, porque são verdades, quase sempre indigestas. Mordam o profeta, mordam. Acabem com ele. E paguem aos árbitros, porque eles merecem e não sabem que o sonho, que vai à frente, comanda a vida, se houver vida. E porque carga de água deve haver vida, há-de perguntar o Jerónimo, se cada vez há menos comunas? Mas que raio têm os comunas a ver com isto?- haveria de perguntar uma virgem, se por acaso houvesse alguma aqui à mão, mas parece que cada vez há menos. Restavam os virgens. Restavam, mas o Bibi vai sair e se não o agarram vai ter muita saída...

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