Não sei de que madeira são os comboios feitos, mas aprendi que os ministros, hoje em dia, são feitos de lata. Deve ser por isso que alguns enferrujam! A meio da manhã ouvi dizer que OTA, sim senhor. TGV vai ter não quatro, mas duas linhas: uma Lisboa-Porto, outra Lisboa-Madrid. Pobre desta, só lá para dois mil e dezassete. Não ouvi denhum jornalista perguntar o que é que aquilo queria dizer. Porto-Lisboa com quatro paragens, não obrigatórias. Não mencionou a data prevista e todos sabemos que chegar ao Porto não é fácil. Talvez lá para dois mil e trinta e seis, se não chover. Como se vai de Lisboa ao Porto de TGV?
Em 2017 já o tgv deve estar no museu e a OTA provavelmete na Judiciária.
Vou começar pelas portagens. Em 85 o businão na ponte fez história. Praticamente demoliu o governo. Pedro Cid, novissimo director de informação da RDP ainda lembrou que era uma manobra do Partido Comunista. O PS colou-se e desatou a protestar contra as portagens, escolhendo como modelo a CREL.
Algum tempo depois, já no governo e com Jorge Coelho muito activo desportajou a portagem da CREL. Bonito! Vamos entender melhor. A política de estradas rápidas do cavaquismo teve origem em compensações comunitárias, que praticamente chegaram a par do prof. Anibal. Sem grandes projectos projetados as auto-estradas eram o caminho mais rápido. Tal como já vinha
acontecendo em Espanha. A auto-estrada para o Porto foi crescendo e a portagem também. A
par de outros percursos, uns de borla, outros nem tanto. A ideia que se pretendia fazer passar era a de que as vias comparticipadas pela CEE eram de borla, enquanto as pagas pelo O.E. tinham portagem. Acredito que houvesse batota no percurso e na avaliação. A CREL foi justamente uma das entregues à Brisa, que se responsabilizou pelo encargo.
Entretanto o troço Caldas-Torrres Vedras era de borla. Outra via, que na altura saía de Abrantes e estava prevista chegar a Peniche, também devia ser gratuita. isto só para dar uma ideia de como se passavam as coisas.
A decisão de retirar o pagamento de portagem na CREL foi fogo de vista. A portagem manteve-se, continuoua tirar-se o talãozinho e a Brisa a estender a mão ao governo. Perante o encargo, o ministro foi-se à auto-estrada das Caldas e toma lá, paga portagem. A auto-estrada destinada a Peniche, encurtou e levou com portagem. É a política do fogo de vista!
Receio que a OTA e o TGV seja um segundo episódio. Receio pior. Receio que mais obras seja prenúncio de esquemas cruzados com vista a financiamentos obscuros, que isto de andar a promover candidatos pouco rentáveis depaupera os cofres.
O TGV que o senhor ministro prometeu fazer para Madrid quer dizer o quê? Madrid é, afinal de contas, onde? Em Badajoz? A seguir a Marvão?
E a OTA? Vai ser onde, como e porquê?
Lembram-se das gravuras rupestres? Lembram-se?
Não sabiam nadar. Não se acabou a barragem. Perdeu-se uma fonte energética. Perdeu-se uma reserva de água! E se a água vai fazendo falta! Que importa? Ganhou-se em turismo. São milhares e milhares a espreitar as gravuras e a encher os hoteis novos e velhos. Obras e obras científicas se publicam todos os meses sobre as rupestres...
O problema com a irresponsabilidade é que tanto pode acertar na mouche como cair no ridículo.
Muito do problema podia morrer à partida se à promessa ministerial os jornalistas logo pedissem esclarecimentos. Ota?! Como? Como se vai até lá? E como se vem até aqui? Há uns anos, inquirido a esse respeito, Jorge Coelho disse: «Faz-se um tgv»!
Sim, senhor, faça-se um tgv, quentinho, para a mesa do canto...
Em 2017 já o tgv deve estar no museu e a OTA provavelmete na Judiciária.
Vou começar pelas portagens. Em 85 o businão na ponte fez história. Praticamente demoliu o governo. Pedro Cid, novissimo director de informação da RDP ainda lembrou que era uma manobra do Partido Comunista. O PS colou-se e desatou a protestar contra as portagens, escolhendo como modelo a CREL.
Algum tempo depois, já no governo e com Jorge Coelho muito activo desportajou a portagem da CREL. Bonito! Vamos entender melhor. A política de estradas rápidas do cavaquismo teve origem em compensações comunitárias, que praticamente chegaram a par do prof. Anibal. Sem grandes projectos projetados as auto-estradas eram o caminho mais rápido. Tal como já vinha
acontecendo em Espanha. A auto-estrada para o Porto foi crescendo e a portagem também. A
par de outros percursos, uns de borla, outros nem tanto. A ideia que se pretendia fazer passar era a de que as vias comparticipadas pela CEE eram de borla, enquanto as pagas pelo O.E. tinham portagem. Acredito que houvesse batota no percurso e na avaliação. A CREL foi justamente uma das entregues à Brisa, que se responsabilizou pelo encargo.
Entretanto o troço Caldas-Torrres Vedras era de borla. Outra via, que na altura saía de Abrantes e estava prevista chegar a Peniche, também devia ser gratuita. isto só para dar uma ideia de como se passavam as coisas.
A decisão de retirar o pagamento de portagem na CREL foi fogo de vista. A portagem manteve-se, continuoua tirar-se o talãozinho e a Brisa a estender a mão ao governo. Perante o encargo, o ministro foi-se à auto-estrada das Caldas e toma lá, paga portagem. A auto-estrada destinada a Peniche, encurtou e levou com portagem. É a política do fogo de vista!
Receio que a OTA e o TGV seja um segundo episódio. Receio pior. Receio que mais obras seja prenúncio de esquemas cruzados com vista a financiamentos obscuros, que isto de andar a promover candidatos pouco rentáveis depaupera os cofres.
O TGV que o senhor ministro prometeu fazer para Madrid quer dizer o quê? Madrid é, afinal de contas, onde? Em Badajoz? A seguir a Marvão?
E a OTA? Vai ser onde, como e porquê?
Lembram-se das gravuras rupestres? Lembram-se?
Não sabiam nadar. Não se acabou a barragem. Perdeu-se uma fonte energética. Perdeu-se uma reserva de água! E se a água vai fazendo falta! Que importa? Ganhou-se em turismo. São milhares e milhares a espreitar as gravuras e a encher os hoteis novos e velhos. Obras e obras científicas se publicam todos os meses sobre as rupestres...
O problema com a irresponsabilidade é que tanto pode acertar na mouche como cair no ridículo.
Muito do problema podia morrer à partida se à promessa ministerial os jornalistas logo pedissem esclarecimentos. Ota?! Como? Como se vai até lá? E como se vem até aqui? Há uns anos, inquirido a esse respeito, Jorge Coelho disse: «Faz-se um tgv»!
Sim, senhor, faça-se um tgv, quentinho, para a mesa do canto...
1 comentário:
O problema disto é que há gente a mais a querer "meter o dedinho..."
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