sábado, maio 26, 2007

VOLTA QUE NÃO VOLTA

Habitualmente volto e, em geral, nem me demoro muito. Desta feita fui por quinze dias. Passei por Espanha, à ida e à volta,patinhei mais por aqui, mais por ali, até Paris. Ganhei hábitos burgueses, como o de jantar no casino de S.Jean-de-Luz, menu simpático e acessível!
Sarkosy vinha de ganhar as eleições. Para a Informação em geral era uma festa generalizada: tudo a zurzir no vencedor e, vá lá, também na oposição.Passados uns dias de algum espanto percebe-se que a Informação, sobretudo a escrita, não se vende se não for o maldizer. Quando cheguei a Paris já o novo presidente estava empossado,o Lyon campeão e Segolene prestes a ser dispensada.
Antes de sair de Lisboa tinha achado graça à graçola do ministro engenheiro e não fazia ideia de que viria a ser explorada de maneira manhosa.Durante as duas semanas que estive ausente o erro, quanto a mim, foi o ministro ficar à minha espera para «explicar-se» de maneira tão desastrada. Tudo o que ele teria para dizer, e já seria muito, era: meus ricos, deputado ou afim que não sabe rir-se duma piada ou é tolo ou não tem arte. A imagem que se repetiu era a de um ministro bem disposto e a sorrir ele próprio da gracinha. Aparecer a mastigar desculpas perdeu a graça e ficou com o ridículo todo para ele próprio. Bom, pior foi para o prof.que ficou sem cadeira e para a hierarquia supostamente culta, mas assumidamente moscovita. Valeu o primeiro-ministro, que lavou as mãos ao dizer um iluminado não sei/ não vi/ não 'tava lá!
Sócrates tem carregado com indulgente paciência alguns ministros, dos dois sexos, pouco iluminados e bastante infelizes, mas vê-lo dispensar justamente um dos mais sólidos e equilibrados por mór da Câmara de Lisboa dá que pensar. Fica-se com a ideia de que ele não precisa de ministros para nada.E se calhar não precisa. Mas, neste caso, devia mandar uma das ministras para a junta de freguesia da Malveira e o ministro dos aeroportos tratar das pontes de Trás-os-Montes. Sem António Costa no governo, Sócrates vai ficar mais fragilizado ante o residente em Belém.
Ver-se-á. Em Julho volto ao norte, tranquilamente de carro, e espero levar novidades...

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