segunda-feira, maio 28, 2007

DOIS DA ÚLTIMA

Perdi-me.Falei do Estádio e do aeroporto e esqueci-me do que queria contar. Só falei, não disse nada. Acontece. Vocês sabem: é dos desgosto da vida!
Aquilo das finais da Taça ser obrigado a mote não é verdade. Nem vício lusitano. Em Wembley joga-se a final das finais de taça, a fina flor delas, queria dizer. Em França era no Parque dos coisos e acho que ainda é. Por cá, que me lembre, era nas Salésias, em Belém. Dizia-se campo, como se dizia «campo grande», o do Benfica, que era, na triste realidade, «campo 28 de Maio».E o Benfica nem podia, claro, ser vermelho, quanto muito «encarnado». Mas o futebol tinha algo de magia. Vocês não se dão conta, do que era o futebol,naqueles campos carecas do antigamente.Um antigamente menos antigo do que pode parecer. Campos arrelvados só foi obrigatória, entre nós, a partir dos anos 79.
Foi em 55 que o Benfica quebrou a hegemonia leonina, com Otto Glória ao comando. Mas isto é só meia verdade. Era o Belenenses que devia ter ganho esse campeonato. Perdeu-o, frente ao Sporting, no último dia do campeonato, a seis minutos do fim, quando os adeptos azuis faziam troar no ar chicotes, perdão foguetes, e Martins empatou nas Salésias, oferecendo o campeonato ao Benfica.
Foi o fim de uma era. Até então o futebol português dispunha de quatro grandes.O Porto, então,obscurecido, ergueu-se e, caramba!, ainda não parou...
Mas foi justamente o Estádio Nacional, que o antigo regime nos deixou, que registou a nova era: o poder no Norte.
Até então FPF era uma sigla lisbonense. O poder ao Sul. Devia acontecer a final da Taça, no Estádio do costume.E que final: Porto-Benfica! Mas não houve.Foi a primeira e acho que única que não se realizou. Concretizou-se no início da época seguinte, mas... nas Antas. Por acaso o Benfica ganhou, mas não teve importância, o importante é que algo começava aí: A era dos Pintos ou o declínio do império do sul, como queiram! O controlo da hierarquia mudou de mãos e de rumo. A tentativa posterior de criar a Liga, fora da Federação falhou. O controlo manteve-se até aos nossos dias.
E foi preciso gritar ao da guarda,para travar uns excessos.
Mas quando se avança pelas auto-estradas,quando é de aeroportos que fala,percebemos que o futebol, afinal, é só bola e que apitos dourados hão-de brilhar, seja qual for a margem do Tejo...

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