quinta-feira, março 22, 2007

DIREITOS...

Um grupo de cientistas de renome internacional, entre os quais um portuga, reuniu-se numa loja de ciências americana para um estudo sobre que fazer em caso de...
Não faço ideia a que conclusão chegou porque não tive pachorra para ler a notícia toda. Não pretendo insinuar nada sobre o matutino e as pessoas que alinhavam as notícias ou os comentários. A ideia era a de saber se deve ou não matar-se quem represente perigo para terceiros e dava como exemplo a hipótese de uma pessoas infectada com um virus aterrador poder cascar em cima de terceiros o filho de puta do virus.
Não fiz,pois, ideia a que conclusão chegou. Mas presumo que provavelmente os cães que mataram uma mulher, em Sintra, sejam abatidos. O dono dos cães vai ter que comprar outros ou mudar a sua ternura para os gatos, que só arranham, não matam...
A legislação de países ditos civilizados não pactua com a pena de morte. Matar o próximo não é permitido. Noutros casos, ainda persiste a pena de morte. Com ela é necessário alguém que carregue no botão, que enfie a corda ou dispare a bala, que mate o condenado.
Não discuto. Aceito que seja bárbaro. O Iraque não é exactamente uma colónia de férias. De momento, os estrangeiros não são turistas. Vão lá matar e ser mortos.
Qualquer pessoa que tenha um carro pode matar o semelhante e esperar que a companhia de seguros pague e os outros semelhantes não refilem.
É bem mais difícil morrer, quero dizer: mais difícil querer morrer. Um tipo tem direito a ter carro, a ter o feitio que tem, a ir para a guerra ou ir à bola. Tem direito a férias ou a ser despedido. Pode eleger o António da caçada ou agredir Maria José e, se quiser, dizer que não.
Só não se pode querer morrer, pedir que o poupem ao sofrimento. Um velhadas, como eu, não pode responder: não senhor Sócrates,não quero os dez por cento para nada. Prefito morrer de morte serena. Em Espanha anuiram, ao cabo de dez anos, aliviar o sofrimento de uma paciente ligada à máquina, mas a santa igreja pediu que a tirassem primeiro do hospital com nome católico. Em França, uma médica teve uns tempos suspensa do exercício da medicina porque, num hospital uma enfermeira denunciou uma colega de ter injectado uma doente, com intenção de provocar a morte. A enfermeira foi acusada e foi a médica que assumiu a responsabilidade de ter prescrito o fim do tormento da paciente. Médica e enfermeira tiveram honras de TV. Mas eu bem gostaria de ter visto a fuça da vil denunciante!
O país anuiu conceder às mulheres, e a meu ver bem, o direito decidir o que fazer da gravidez.
Então porque insiste em retirar-me, retirar-nos a todos, o direito de partir quando cada um de nós o entender, o desejar?
Não pretendo interferir na discução do como e em que ciscunstâncias se pode matar. Mas o direito de cada qual sair de cena quando lhe aprouver. O suicídio é uma fuga. A decisão de acabar
a vida é, deve ser, um direito. E não há o direito de não reconhecerem esse direito, que é de todos nós!

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