O Mário Crespo tem aquele ar que afasta qualquer um do televisor, mas os anos foram-no ensinando e, o Jornal das Nove da cinco (Sic Notícias) tem dias que deve ver-se e ouvir-se. Ontem foi o caso. José Milhazes, com uma simplicidade absoluta, própria de quem sabe do que está a falar, dissertou sobre os probelmas da Bielorússia, explicando, quase como um professor e, sobretudo, com um bom jornalista, o que está em causa e por que razões a oposição se manifesta na rua contra a reeileição de um presidente que é a extensão do poder de Putin.
"Na passada", Mário Crespo aproveitou o saber de Milhazes e pô-lo a falar sobre as implicações da aproximação da Rússia à China. Voltou a ser claro, agarrando todas as pontas desta movimentação política, aparentemente contra a União Europeia e os Estados Unidos, mas, de facto "contra natura", como ele afirmou.
Não posso deixar de saudar José Milhazes pela recuperação que faz do papel dos jornalistas para um lugar de onde, progressivamente, foram afastados, o do comentário, agora preenchido por políticos profissionais que utilizam os tempos de antena que lhes oferecem, não para serem úteis, do ponto de vista da informação e do esclarecimento, mas para cuidarem das suas carreiras políticas.
São intervenções destas que podem devolver aos profissionais da informação a dignidade que têm vindo a perder limitando-se ao papel de "pés de microfone".
Claro que este Jornalista não tem a vida facilitada. Ele foi despedido pela Lusomundo da sua função de correspondente da TSF.
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