É um bichinho simpático. Um exemplo de placidez. Leva o seu tempo para encher a vida - a dele!
A miúde fica-se pelo caminho. Estorricados pelo fogo terrorista e mesmo sem isso muitos deles acabam na panela. No seu horizonte não há, nunca houve, televisão. Nem futebol ou crise económica. Tanto quanto se sabe não têm governo, não se manifestam. Aguentam ou sucumbem! Ao cabo de milhares e milhares de anos não nos legaram qualquer mensagem. Não se sabe porque existem ou para que existem. Receio que tenham escutado, sem querer, o hino do Altíssimo: «Levanta-te e caminha». Em si, acho a mensagem equívoca: «caminha» tanto pode significar mexe-te, anda por aí, como vai dormir. O bicharoco que carrega a casa às costas deve ter entendido mal ou não soube fazer ouvidos de mercador.
No caso humano, a mensagem foi aceite mas não entendida. Sem horizonte a estrada não tem fim. Lá andar anda-se, mas sem chegar. As dúvidas são como os tachos para os caracois: dizimam. Quem são os maus, quem são os bons, os terroristas ou os justiceiros?
Não há notícia de que Viriato comesse caracois. O pastor dos Montes Hermínios fazia enormes maldades aos romanos que, na península, construiam estradas romanas e pontes romanas e estâncias de férias em Loures e arredores. Os romanos eram os americanos da época. Gostavam de ir ao Coliseu, como eu quando era pequeno e uma vez fui lá ver o Cerdan bater no Agostinho. Os romanos usavam carne para leão, nos espetáculos festivos e o veneno, para eles, era uma arte e devem ter sido eles a inventar a politiquice e foram-se dizimando e sumindo na poeiras das intrigas.
E os marinheiros aventureiros que levaram os primeiros espasmos europeus às negras atónitas e a eles se foram com grã cópia de gritos e avés marias para lhes ficar com a terra e o mando sobre ela e o posso sobre tudo. Quem eram os bons e os maus?
Como resistiu, em Paris, a resistência à ocupação alemã? Com bons modos? Ou com bombas à surrelfa? O tinha que ser tem muita força. E teria, decerto. Não conheço as boas razões da ETA, mas aceito que as tenha, como aliás entende o governo espanhol ou Rei, que chegou a estar na mira!
E no Golfo como se vai, por fim, aceitar quem é o Deus bom e o Deus mau, se é que há algum bom? Ali é difícil julgar porque não são bons os que morrem e maus os que matam. De um lado, para matar é preciso morrer. É o terrorismo elevado ao martírio, o que só por si não purifica mas confunde. Os tipos que desviaram os aviões para estoirar com as torres nova iorquinas sabiam que iam morrer e foram e destruiram. Não deixou por isso de ser um atentado terrorista, tal como bombardear uma cidade inteira não pode, nem deve, ser aceite como retaliação justificada.
Ao cabo de dois mil anos a humanidade não aprendeu a proteger-se. Optou pela via da ameaça. Os poderosos perderam, mas ninguém verdadeiramente ganhou...
A miúde fica-se pelo caminho. Estorricados pelo fogo terrorista e mesmo sem isso muitos deles acabam na panela. No seu horizonte não há, nunca houve, televisão. Nem futebol ou crise económica. Tanto quanto se sabe não têm governo, não se manifestam. Aguentam ou sucumbem! Ao cabo de milhares e milhares de anos não nos legaram qualquer mensagem. Não se sabe porque existem ou para que existem. Receio que tenham escutado, sem querer, o hino do Altíssimo: «Levanta-te e caminha». Em si, acho a mensagem equívoca: «caminha» tanto pode significar mexe-te, anda por aí, como vai dormir. O bicharoco que carrega a casa às costas deve ter entendido mal ou não soube fazer ouvidos de mercador.
No caso humano, a mensagem foi aceite mas não entendida. Sem horizonte a estrada não tem fim. Lá andar anda-se, mas sem chegar. As dúvidas são como os tachos para os caracois: dizimam. Quem são os maus, quem são os bons, os terroristas ou os justiceiros?
Não há notícia de que Viriato comesse caracois. O pastor dos Montes Hermínios fazia enormes maldades aos romanos que, na península, construiam estradas romanas e pontes romanas e estâncias de férias em Loures e arredores. Os romanos eram os americanos da época. Gostavam de ir ao Coliseu, como eu quando era pequeno e uma vez fui lá ver o Cerdan bater no Agostinho. Os romanos usavam carne para leão, nos espetáculos festivos e o veneno, para eles, era uma arte e devem ter sido eles a inventar a politiquice e foram-se dizimando e sumindo na poeiras das intrigas.
E os marinheiros aventureiros que levaram os primeiros espasmos europeus às negras atónitas e a eles se foram com grã cópia de gritos e avés marias para lhes ficar com a terra e o mando sobre ela e o posso sobre tudo. Quem eram os bons e os maus?
Como resistiu, em Paris, a resistência à ocupação alemã? Com bons modos? Ou com bombas à surrelfa? O tinha que ser tem muita força. E teria, decerto. Não conheço as boas razões da ETA, mas aceito que as tenha, como aliás entende o governo espanhol ou Rei, que chegou a estar na mira!
E no Golfo como se vai, por fim, aceitar quem é o Deus bom e o Deus mau, se é que há algum bom? Ali é difícil julgar porque não são bons os que morrem e maus os que matam. De um lado, para matar é preciso morrer. É o terrorismo elevado ao martírio, o que só por si não purifica mas confunde. Os tipos que desviaram os aviões para estoirar com as torres nova iorquinas sabiam que iam morrer e foram e destruiram. Não deixou por isso de ser um atentado terrorista, tal como bombardear uma cidade inteira não pode, nem deve, ser aceite como retaliação justificada.
Ao cabo de dois mil anos a humanidade não aprendeu a proteger-se. Optou pela via da ameaça. Os poderosos perderam, mas ninguém verdadeiramente ganhou...
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