Viver é cada vez mais complicado, mais confuso, mais difícil. Por todas as razões; a começar pelo tempo, pelas Estações que já não existem e a acabar no grau de confiança com que podemos sair à rua, passerar com os filhos, abrir a porta a um desconhecido, ajudar um aparentemente necessitado.
Por detrás de tudo isto e do resto pode estar uma armadilha, um engano, uma mentira...
Armadilhas, enganos, mentiras que nos chegam também pela boca dos responsáveis deste país.Vemo-los na TV, lemos o que dizem nos jornais, ouvimo-los nas rádios e ficamos estupefactos. Será que vivem na mesma terra, no mesmo país?
E não me refiro apenas às afirmações dos governantes que continuam a falar de dificuldades, a pedir sacrifícios, para manter impostos altos, pressão sobre os cidadãos sem defesa, ao mesmo tempo que colhem (eles) os benefícios dos já poucos mas muito ricos. Ao ouvi-los, todos sabemos que eles estão a pensar em 2009. É tudo uma questão de poder. Nos Estados Unidos grita-se por "mais quatro anos", aqui engana-se o povo.
E o que faz a oposição?
O PSD e o CDS/PP Chamam velhos e gastos protagonistas para afirmarem apenas a sua resistência ao desgaste dos disparates.
O PCP continua com o velho processo das expulsões. Se há alguém com pensamento próprio e capacidade de afirmação política, independentemente dos chefes, é pecador(a).
O BE, por sua vez, fechou-se numa lógica de beco sem saída e fala para si mesmo, dando espectáculo na Assembleia, mas não acrescenta esperança, verdade à vida política nacional.
E nós, o Povo?
Vamos pagando, ralhando. E quietos. Não somos capazes de nada que convença, que assuste os arrogantes que nos governam e os que nos querem governar. Nós, o povo, continuamos no rebanho, sem saber onde vivemos, para o que vivemos e qual será o futuro dos nossos filhos. Por isso, os que já os têm, estão arrependidos e os que ainda não os fizeram vão adiando...
Um dia destes não existiremos tal como os nossos pais disseram que seríamos. Alguém tomará conta de nós, a troco de serviços menores. Em toda a Europa somos os primeiros candidatos a escravos da era moderna.
Sempre que olho ou penso nos meus filhos apetece-me voltar a pegar numa espingarda.
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