sexta-feira, janeiro 19, 2007

JUSTOS E PECADORES

O que quer que sejam que o bom Deus os livre da Justiça, essa coisa cega e surda que se perde por falar! Hoje li sobre um levantamento popular contra uma juiza e sobre machismo exacerbado de alguns magistrados. Os juizes, quer sejam de instância do rés-do-chão, quer do mais acima que julgar se pode, podem ser bons ou maus profissionais, tal como acontecerá com as senhoras juizas, se assim se pode dizer, simplesmente para facilitar.
E ocorreu-me um caso extremo, que segui pela imprensa, em Espanha, onde residi algum tempo: um par de jovens namorados namoriscava num banco de jardim. O enleio juvenil desagradou a um outro casal, mais idoso, que noutra banco desfrutava do calor da noite. A admoestação não terá surtido efeito e o idoso consorte, que era juiz, mandou prender o adolescente. A jovem acompanhou o namorado até à esquadra e rumou a casa.
Nunca mais voltaria a estar com ele.
O jovem enforcou-se na cela!
Imagine-se a reacção, numa gente tão expansiva! Talvez não se possa imaginar aqui, foi o efeito lá. O juiz foi posto a andar para o mais longe possível, e nesse mesmo dia zarpou.
O hábito não faz o monge. Qualquer cidadão, ou cidadã!, tem o direito de ser burro (que os pobres quadrúpedes me desculpem) mesmo que envergue toga.
Claro que terem passado mais de dois anos para efectuar o julgamento é de somenos e não tem importância para o caso. Qual é a pressa em saber se uma criança deve estar aqui ou ali, se é bem ou mal tratada. Ora, ora! Se morrer prende-se o vilão...
No caso descrito por Fernanda Câncio no «DN» de uma corrente judicial e judiciosa que recusa considerar de crime a «importunação sexual», o que deixa espaço para acariciar, apalpar e o roçar gente alheia, eu não resistiria a sugerir ao juiz que inquirisse sobre a matéria senhora sua esposa, no caso de a ter, ou a quem o acompanhe no leito...

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