segunda-feira, maio 02, 2011

Memórias Curtas

Eduardo Catroga apareceu um dia destes a fazer declarações verdadeiramente espantosas: que as novas gerações deveriam levar a Tribunal o actual Governo, que "o fartar vilanagem" de Sócrates foi a desgraça e, nas televisões, para melhor convencimento, ensaiou uma emoção húmida.

Este é o mesmo homem que - seco - foi ministro das finanças de Cavaco Silva entre Dezembro de 1993 e Outubro de 1995, o final do mandato da desgraça, em que o "fartar vilanagem" de Cavaco deu origem a vários gangs de assalto selectivo ao esforço português. Se este Catroga tivesse memória lembrar-se-ia do déficit das "suas" finanças públicas e da destruição de todo o aparelho produtivo nacional levado a cabo pelos dois governos de maioria do seu actual patrão e cujos efeitos se continuam a fazer sentir. É que, senhor economista laureado, nem sequer nos deixaram alternativa.
A haver julgamento seria para ele e muitos outros também.

Não lhe fica bem o ar de "pai natal" comovido com as criancinhas que estão a crescer. As gerações que, licenciados por Universidades enxameadas de cursos de papel e lápis com que Cavaco povoou o país, deviam pedir um julgamento sumário aos governos de finais de oitenta e meados de noventa.

Oh! Senhor Catroga! Não se preocupe com os seus netos. Com o seu curriculum, que o exibe sempre encostado ao grande capital, e com a reforma que entretanto fabricou para si próprio vão passar a rir pela crise dos outros.

Só mesmo este homem assustado com a possibilidade de continuar longe do poder me faria voltar agora a este blogue...

1 comentário:

Anónimo disse...

Eis uma voz que faltava!