Os meus dois últimos escritos neste blog foram duros com Sócrates. Naquela altura, em Julho, o primeiro ministro e secretário geral do PS tinha atingido o zénite dos disparates, sobretudo com os professores e tudo indicava que o PS se iria afundar nas eleições de Setembro.
Sócrates teve, todavia, o talento, a força e a coragem para dar a volta e, simultâneamente, teve a ajudá-lo a desgraça dos adversários: Manuela Ferreira Leite quer ser avó, já não está para estas coisas e à sua volta tem um bando de gatos à espera que o saco se abra para saltarem lá para dentro. Nunca vi campanha tão pobre, tão miserabilista nas ideias, nas propostas. Um verdadeiro desastre.
O Bloco de Esquerda tomou o freio entre os dentes com as sondagens e Louça disse, nos dias decisivos da campanha muitos disparates que assustaram claramente muita gente. Sem falar na taxação dos telemóveis, recordo aqui o facto de Louçã se ter metido objectivamente na política interna de Angola, ao referir que o PS vendeu uma parte da Galp a José Eduardo dos Santos.
Vivem nesta altura largas dezenas de milhares de portugueses em Angola e há um movimento migratório que vai continuar. Ao mesmo tempo que crescem estes movimentos sociais as atitudes racistas, visíveis numa parte da imprensa angolana, também vão crescendo.
Os angolanos podem reconhecer que têm um problema de regime ou de pessoas, mas entendem que o problema é deles. Não querem que os de fora se metam nessas coisas. Louçã parecia o Bush, que invadiu o Iraque para libertar os iraquianos...
Não se pode retirar o mérito a Sócrates. Ele ganhou as eleições, tal como perdeu a maioria absoluta.
E o Presidente da República? Parece ter endoidado. Que discurso foi aquele? Que intenções tem Cavaco? Ficou zangado por o PSD não ter ganho as eleições? Prepara-se para fazer a Sócrates o que Sampaio fez a Santana?
Qualquer que sejam os seus planos, o simples facto de a sua comunicação ao país permitir estas perguntas faz dele um PRESIDENTE PERIGOSO ( e talvez doente)
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