terça-feira, março 07, 2006

Finlândia, o Exemplo

O Engº. José Sócrates foi à Finlândia para, segundo os jornais, a Rádio e a Televisão, tentar descobrir as razões do sucesso de um modelo de desenvolvimento económico - o da Finlândia.
Não me parece que o consiga numa curta viagem, tanto mais que o modelo finlandês tem as suas peculariedades, desde logo por se tratar de um país com um Inverno a sério de nove meses.
Todavia, o engº. bem podia nomear uma comissão de sábios, sábios e não os amigos dos primos para lhe relatarem algumas das aparentes razões dos níveis de conforto alcançados pelo povo suomi.
Tal comissão não deixaria de constatar que a Finlândia é o país com o maior índice de leitura do Mundo, aquele onde se traduzem mais livros, aquele onde os professores , para além de uma formação adequada, têm, da parte da sociedade, o respeito devido, bem como as remunerações compatíveis com a sua importância no sistema.
Tal comissão de sábios também não deixaria de anotar que a Finlândia desenvolveu em cascata uma série de capacidades no domínio das novas tecnologias que se traduziram na concretização de indústrias altamente rentáveis e adpatadas às condições demográficas e climáticas do vasto território, com apenas cerca de seis milhões de habitantes.
E a cascata começou com a Nókia, inicialmente uma indústria de borrachas, que rapidamente se transformou na fábrica de um das marcas mais prestigiadas de telemóveis do Mundo.
Ora, em Portugal, além de ninguém (ou quase ninguém) ler o que quer que seja, os professores representam desde há muitos anos uma espécie de saída de "serviço" dos milhares de cursos que as dezenas de universidades foram inventando, desde que apenas precisassem de papel e lápis para ser ministrados.
O resultado disto é a existência de uma sociedade com diversos graus de analfabetismo e onde os amigos dos primos, logo a seguir a estes, são sempre os mais capazes.
Quanto a empresas, a única que poderia iniciar a tal cascata é a PT, que tem sido gerida por um punhado de oportunistas e incapazes de perceber o real papel da empresa e a transformaram numa companhia de especulação financeira.
Ora, o engº. Sócrates ainda pode fazer alguma coisa a este respeito: dar indicações claras de que não aprova e não deixa que se concretize a OPA do verdadeiro predador que é Belmiro de Azevedo e, por outro lado, não deixar que esta administração de incompetentes e oportunistas seja substituída por outra ainda mais ignorante e incompetente e igualmente oportunista
Afinal, a ida à Finlândia pode ajudar...

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