sábado, maio 21, 2005

SABER

O título fugiu-me. Acontece-me. Vou ver se escrevo de molde a servir o título. Saber o quê e sobretudo de quem? Não me lembro. Varreu-se. Sei que queria citar uma velha graçola, que se contava em português, com referências de fora. Era assim: um jornalista americano citava um artigo recente em que verberava uma decisão do seu presidente. E explicava com orgulho ao seu colega soviético, que na América , até se podia criticar o mais alto magistrado da nação. "Eu posso", sublinhava ele, orgulhoso, "dizer mal do meu presidente, percebe?".
"Claro que percebo", dizia o russo: "eu também posso dizer todo o mal que eu quiser do seu presidente"...
É o que se passa com o Santana. Tropeçou e caiu. Antes de tropeçar, subiu demais...
Ficou com a factura na mão.Mas não foi ele que encomendou a tragédia. Fora ele, praticamente sozinho que ganhou a Figueira da Foz, uma câmara que nunca fora do partido dele. Foi ele, sózinho a ganhar a Câmara de Lisboa e arrastou atrás o Rio que extravasou do Douro. Por ser ele. Por ser o que era. Alguns mais dotados, tanto que sabiam que nem valia a pena arriscar, ficaram quietos, a ver, e agoniaram-se, depois.
Mas não foi ele quem quis ir para Bruxelas, mas foi ele quem mais contribiu para a ascenção do outro. Do que se pirou. Do que optou por fazer mais por ele do que pelo partido ou do que pelo país, que tinha jurado servir.
É fácil bater num homem caído, ainda a cambalear da trovoada.Não é que me interesse. Não é guerra minha, já não sou de batalhas, mas ocorre-me, a propósito, citar um poeta, que suportou muito do pesadelo fascista: fazei todo o mal que puderdes/ e passai depressa...

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